Algumas pessoas dizem que não há nenhuma diferença real entre:
A. quem defende a ideia de que devemos abolir o uso de animais, e que o
meio para atingir esse fim é promover o veganismo como base moral e rejeitar a
exploração “feliz”, e
B. quem diz que espera ver o fim de todo (ou da maior parte do) uso de
animais algum dia, e que o meio para atingir esse fim é a exploração “feliz” e
as regulações do bem-estar animal.
Mas isso é como dizer que não há nenhuma diferença entre:
A. quem quer a paz mundial e defende a não violência nas nossas relações
com os outros como meio para esse fim e
B. quem diz que tem a paz como objetivo mas defende o uso da guerra para
chegar ao estado de paz.
Dizer que as diferenças são apenas uma questão de estratégia toma por
certo que os meios não têm de ser coerentes com os fins, e podem até ser
incoerentes. Então está certo defender o uso animal “feliz” para chegar ao
(suposto) fim do uso; está certo defender a guerra para chegar à paz.
Eu diria que, fora a questão de se o uso “feliz” leva ao fim do uso, ou
se a guerra realmente leva à paz, menosprezar essas diferenças como se fossem
uma mera questão de estratégia ignora as diferenças fundamentais.
Os líderes políticos que fazem guerra sempre alegam que querem chegar a
uma paz duradoura. Estou certo de que muitos desses líderes, se não a maioria deles,
realmente querem a paz no final. Mas dizer que não podemos distinguir Stalin de
Gandhi é, na minha opinião, errado.
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Se você não for vegano(a), por favor torne-se vegano(a). Veganismo é não
violência. Sobretudo, é não cometer violência contra os outros seres
sencientes. Mas também é não cometer violência contra a Terra e contra si
mesmo.
Gary L. Francione
Professor, Rutgers University
© 2012 Gary L. Francione
Tradução: Regina Rheda