sábado, 25 de dezembro de 2010

Um pensamento simples para o Natal de 2010

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 25 de dezembro de 2010

Nunca teremos paz na Terra enquanto tivermos sofrimento e morte sobre nossas mesas ou nossos corpos.
A paz começa com o que você come, veste, usa.
Ser vegano(a) não é suficiente para levar uma vida não violenta – mas é certamente necessário.
Se você não for vegano(a), torne-se vegano(a). É fácil; é melhor para a sua saúde e o planeta. Mas o mais importante é que é a coisa moralmente certa a fazer.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Não, o veganismo ético não é extremista

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 22 de dezembro de 2010

Caros(as) colegas:
Não há nada de extremista no veganismo ético.
O que é extremista é comer carne em decomposição e secreções de animais.
Extremista é que consideramos alguns animais membros da nossa família, enquanto enfiamos garfos nos cadáveres de outros animais.
Extremista é pensar que é moralmente aceitável infligir sofrimento e morte a outras criaturas sencientes simplesmente porque apreciamos o sabor dos produtos animais ou porque gostamos da aparência das roupas feitas a partir de animais.
Extremista é que dizemos reconhecer que o sofrimento e a morte “desnecessários” não podem ser justificados moralmente e daí participamos diariamente da exploração completamente desnecessária dos animais.
Extremista é fingir abraçar a paz enquanto fazemos da violência, do sofrimento e da tortura uma parte diária das nossas vidas.
Extremista é que censuramos gente como Sarah Palin, Michael Vick e Mary Bale como sendo os vilões, enquanto continuamos comendo, usando ou consumindo produtos animais.
Extremista é que dizemos nos importar com os animais e acreditar que eles são membros da comunidade moral, mas patrocinamos, apoiamos, incentivamos e promovemos os esquemas de selo e rotulagem de carnes e laticínios “felizes”. (Vejam 1, 2, 3, 4).
Extremista é não comer carnes mas continuar consumindo laticínios, quando não há absolutamente nenhuma distinção racional entre a carne e o laticínio (ou outros produtos animais). Há tanto sofrimento e morte nos laticínios, ovos, etc. quanto na carne.
Extremista é que temos uma dieta que está causando doenças e resultando em desastre ecológico.
Extremista é que encorajamos nossas crianças a amarem os animais, ao mesmo tempo em que lhes ensinamos que aqueles que elas amam também podem ser aqueles que elas prejudicam. Ensinamos a nossas crianças que amar é consistente com tratar como mercadoria. Isso é verdadeiramente extremista — e muito triste.
Extremista é a fantasia de que encontraremos nosso compasso moral com respeito aos animais enquanto eles estiverem em nossos pratos e nossas mesas, ou sobre nossos corpos e em nossos pés.
Não, o veganismo ético não é extremista. Mas há muitas outras coisas, para as quais nem prestamos atenção, que são extremistas.
Se você não for vegano(a), torne-se vegano(a). É fácil; é melhor para a sua saúde e o planeta. Mas o mais importante é que é a coisa moralmente certa a fazer.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A abordagem abolicionista dos direitos animais na China!

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 17 de dezembro de 2010

Caros(as) colegas:
Vários de vocês escreveram para perguntar sobre a introdução da teoria abolicionista em países como a República Popular da China. Bem, eis uma foto do meu livro Introduction to Animal Rights: Your Child or the Dog?, traduzido e publicado na China pela Editora da Universidade Chinesa de Direito e Ciências Políticas, em Beijing. A universidade tem uma das faculdades de Direito mais conceituadas daquele país:

O panfleto com a abordagem abolicionista também está disponível em chinês.
Se você não for vegano(a), torne-se vegano(a). É fácil; é melhor para a sua saúde e o planeta. Mas o mais importante é que é a coisa moralmente certa a fazer.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Odeio dizer isto, mas Sarah Palin está certa: uma resposta a Aaron Sorkin

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 9 de dezembro de 2010

9 de dezembro de 2010
Aaron Sorkin
The Huffington Post
Caro Sr. Sorkin:
Em um recente post de blog no The Huffington Post, você critica Sarah Palin, que você cita como declarando o seguinte, em resposta a críticas ao fato de ela caçar e matar uma rena em seu reality show na TV:
“A menos que você nunca tenha usado calçados de couro, nunca tenha sentado numa poltrona de couro ou nunca tenha comido carne, poupe sua condenação.”
Você reconhece que come produtos animais e tem calçados e mobília de couro, mas alega ser capaz de se distinguir da Sra. Palin. Você lhe diz:
Você não estava matando aquele animal para comida ou abrigo ou mesmo moda, você o estava matando para se divertir. Você aprecia matar animais. Eu posso fazer a distinção entre nós dois, mas, por mais que tenha tentado, não consigo fazer uma distinção entre o que você é paga para fazer e o que Michael Vick foi preso por fazer. Sou capaz de fazer a distinção sem nenhuma pontada de hipocrisia, muito embora fique feliz toda vez que alguém dessa sua turma de falsos machos com merda na cabeça atira acidentalmente na cara de outro da turma.
Perdão, Mr. Sorkin. Não consigo pensar em nem mesmo uma única coisa que Sarah Palin alguma vez tenha dito, com a qual eu concorde. Nunca concordei com ela. Realmente. Nunca. Mas, quanto a isto aqui, ela está totalmente certa e você totalmente errado.
Você faz objeção ao fato de ela matar a rena porque matar era desnecessário; ela matou porque apreciava matar.
E por que você come carne e outros produtos animais?
Essa é uma pergunta retórica. Há apenas uma resposta: porque você aprecia comê-los.
Não há nenhuma necessidade envolvida. Você não necessita comer produtos animais para ter uma vida otimamente saudável. De fato, todo dia as pessoas ligadas à assistência médica “mainstream” nos dizem que os produtos animais são nocivos à nossa saúde de um modo ou outro. Mas você nem precisa concordar com elas para concordar com o claro e indisputável fato de que nós não necessitamos comer produtos animais para ter uma vida saudável. É uma questão de preferência de paladar, e nada mais.
E a criação de animais para consumo é um desastre ambiental.
A melhor — na verdade, a única — justificativa que temos para infligir sofrimento e morte a 56 bilhões de animais anualmente (sem contar os peixes) é que eles têm um sabor gostoso. E não importa se você come produtos animais convencionais ou a carne e outros produtos animais “felizes” promovidos pelos diversos grupos e defensores do bem-estar animal que estão tentando fazer o público se sentir melhor quanto a consumir animais: todos os animais que usamos para comida, inclusive aqueles que são criados e mortos do modo mais “humanitário” possível, são tratados e abatidos de cada maneira que, se houvesse humanos envolvidos, seria, sem dúvida, caracterizada como constituindo tortura.
O fato de que você paga uma outra pessoa para fazer o trabalho sujo é moralmente irrelevante. Eu leciono Direito Penal. Se você pagar alguém para matar outro humano, tente dizer ao juiz que o matador de fato apreciou o ato de matar mas que você apenas pagou por aquilo. O juiz vai lhe dizer que vocês dois são culpados pelo assassinato. Vocês dois são igualmente culpáveis.
Não vou me preocupar em comentar sobre calçados e mobília. De novo, essas escolhas não refletem nada que tenha mais peso moral do que a moda, e a moda não tem nenhum peso moral.
Quanto a Michael Vick, conforme já argumentei, Vick aparentemente gostava de ficar na frente de uma arena vendo os cachorros lutarem; os restantes entre nós gostam de ficar na frente da churrasqueira assando a carne de animais que, mesmo na melhor das circunstâncias, tiveram uma vida e uma morte piores do que os cachorros de Vick. Criticar Vick por seus atos moralmente injustificáveis, enquanto temos uma conduta que não é diferente moralmente, não passa de hipocrisia.
Perdão, Mr. Sorkin, mas, como um adepto de políticas progressistas que acha Sarah Palin objetável em tantos níveis que até perco a conta, digo que desta vez ela está certa. Você não está em posição moral de criticar o que ela fez.
Eu pediria que você considerasse tornar-se vegano. É fácil; é melhor para sua saúde e o planeta. Mas o mais importante é que é a coisa moralmente certa a fazer.
Sinceramente,
Gary L. Francione
Professor, Rutgers University School of Law – Newark
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Comentário nº 22: a Rede de Defesa da Paz e a Campanha Promessa Vegana

Postado por Gary L. Francione em seu blog/podcast em 30 de novembro de 2010

Caros(as) colegas:
A Peace Advocacy Network [Rede de Defesa da Paz] foi fundada em 2010 como um grupo de base completamente administrado por voluntários, que trabalha pela ausência de violência na vida dos animais — tanto os humanos quanto os não humanos.
Um dos projetos da Peace Advocacy Network (PAN) é a Vegan Pledge [Promessa Vegana]. Do website da PAN:
A Vegan Pledge começou no Reino Unido. Membros do conselho da Peace Advocacy Network trouxeram a Pledge à Filadélfia no ano passado [2009], e com grande sucesso. Trinta pessoas não veganas prometeram ser veganas durante 30 dias com o programa de apoio da Pledge. Esse apoio incluiu encontros semanais consistindo de aulas de culinária, palestrantes ligados ao ambiente e à saúde, um mentor pessoal (veganos experientes) e eventos sociais de apoio, além de um incrível pacote de cuidados para que ser vegano durante 30 dias fique muito mais fácil. Este ano, a Pledge está se expandindo para outras cidades, e nós precisamos de você.
A presidente da PAN, Leila Fusfeld, diz: “Embora a Vegan Pledge, em si, só dure um mês, o programa está planejado para dar aos participantes as ferramentas e o conhecimento para ajudá-los a permanecer veganos por toda a vida”.
A PAN é um exemplo de grupo que faz a conexão entre as questões dos direitos humanos e dos direitos animais e a importância da não violência. O projeto Vegan Pledge da PAN é um estimulante exemplo de promoção criativa e não violenta do veganismo. Neste Comentário, Leila Fusfeld junta-se a mim para explicar mais sobre a campanha Vegan Pledge e como você pode levar essa estimulante campanha à sua comunidade.
Para mais informação sobre a Vegan Pledge, clique aqui. Se você já for vegano(a) e estiver interessado(a) em ser mentor(a), palestrante ou demonstrador(a) de preparação de comida, clique aqui. Se quiser apoiar esse esforço patrocinando uma promessa, entre em contato com a Peace Advocacy Network.
Se você não for vegano(a), torne-se vegano(a). É fácil; é melhor para a sua saúde e o planeta. Mas o mais importante é que é a coisa moralmente certa a fazer.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O veganismo segundo um poeta árabe medieval

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 28 de novembro de 2010

Caros(as) colegas:
Um leitor me enviou o seguinte texto, escrito pelo poeta árabe medieval Abu ‘L’Ala Ahmad ibn ‘Abdallah al-Ma’arri, conhecido como Al-Ma’arri. Ele nasceu em 973 e morreu em 1057. Era cego. A tradução inglesa foi obtida aqui.
Já não roubo da natureza*
Você está corrompido em entendimento e religião.
Venha a mim, que poderá ouvir algo de sólida verdade.
Não coma injustamente os peixes que a água entregou,
E não deseje como comida a carne de animais abatidos,
Ou o branco leite de mães que pretendiam dar o gole puro
a seus bebês, não a senhoras nobres.
E não aflija as aves ingênuas pegando seus ovos;
pois a injustiça é o pior dos crimes.
E poupe o mel que as abelhas obtêm industriosamente
das flores de plantas cheirosas;
Pois elas não o guardaram para que pudesse pertencer a outros,
Nem o colheram para servir como recompensa ou presente.
Eu lavei as mãos daquilo tudo; e quem dera
Ter percebido meu rumo antes de ficar grisalho!
Al-Ma’arri
Agradeço à pessoa que me enviou o texto e o compartilho com vocês porque o considero muito inspirador.
Se você não for vegano(a), torne-se vegano(a). É fácil; é melhor para a sua saúde e o planeta. Mas o mais importante é que é a coisa moralmente certa a fazer.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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* Tradução literal da tradução inglesa. (Nota da tradutora).
Tradução: Regina Rheda

domingo, 28 de novembro de 2010

Peter Singer e eu concordamos quanto a uma coisa: a não violência

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 27 de novembro de 2010

Caros(as) colegas:
Recentemente, Peter Singer postou o seguinte Tweet em resposta ao recebimento, por um vivisseccionista da UCLA, de lâminas de barbear alegadamente infectadas com sangue contaminado:
Pô…como isso vai ajudar os animais? Tudo que isso faz é dar a pior imagem possível ao movimento pelos animais. http://tinyurl.com/27xmlkr
Eu concordo com Singer que violência como essa dá uma imagem negativa do movimento pelos animais, e acho que o problema é mais complicado do que a imagem pública somente. Pondo um pouco de lado qualquer problema moral geral com a violência, a palhaçada da UCLA simplesmente não faz sentido. Sem dúvida, o vivisseccionista da UCLA está explorando injustificavelmente os animais. Mas qualquer pessoa que usa animais também está, inclusive aquela que consome produtos de origem animal. Não há realmente nenhum modo, com base em princípio, de fazer uma distinção entre quem se ocupa da vivissecção e quem consome qualquer tipo de carne, laticínio ou outros produtos animais, incluindo os produtos “felizes”. As pessoas que promovem a violência estão dispostas a considerar seus avós, que assaram um peru para o Dia de Ação de Graças, como um alvo apropriado de violência? Elas estão dispostas a tratar seus familiares ou amigos, que tomam sorvete ou leite ou consomem qualquer produto animal, como a “escória abusadora de animais” que é o alvo legítimo da violência? Não, é claro que não.
O único meio de resolver o problema da exploração animal será desviando o paradigma da propriedade e direcionando-o à personalidade, e isso não acontecerá — nós nunca acharemos nosso compasso moral aqui — enquanto consumirmos produtos animais. Isso certamente nunca acontecerá como resultado de violência. Se o pensamento social e a demanda pública por uso de animais permanecerem os mesmos, nada mudará, nunca. Se você fecha dez matadouros hoje e a demanda permanece a mesma, mais dez matadouros serão abertos amanhã, ou dez já existentes expandirão sua capacidade de produção. Para mais sobre este tópico, veja 1, 2, 3, 4, 5 e ouça meu Comentário sobre o assunto. Também discuto este tópico em meu novo livro, The Animal Rights Debate: Abolition or Regulation?, publicado em novembro de 2010 pela Columbia University Press.
Então, embora Singer e eu discordemos quanto a quase todas as outras questões dentro da ética animal, estou contente por concordarmos quanto à importante questão da violência na defesa animal. Espero sinceramente que Singer não seja objeto de ameaças e ataques difamatórios como aqueles que foram dirigidos a mim por eu ter condenado franca e abertamente a violência.
O movimento pelos direitos animais faz sentido somente como um movimento de paz e de não violência. Disse Gandhi:
Precisamos nos tornar a mudança que queremos ver no mundo.
Se quisermos ver um mundo onde não haja violência contra os mais vulneráveis, devemos, nós próprios, nos tornar não violentos e apresentar nossos pontos de vista de um modo não violento. A não violência começa com nosso próprio veganismo e nosso uso de modos criativos e não violentos de educar os outros sobre o veganismo.
Se você não for vegano(a), torne-se vegano(a). É fácil; é melhor para a sua saúde e o planeta. Mas o mais importante é que é a coisa moralmente certa a fazer. Veganismo é não violência em ação.
Se você for vegano(a), então passe tanto tempo quanto puder engajado(a) em educação vegana criativa e não violenta.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda

domingo, 14 de novembro de 2010

Pedofilia “humanitária” e “compassiva”

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 11 de novembro de 2010

Caros(as) colegas:
Há muitos anos que venho argumentando que se a exploração animal não pode ser justificada moralmente (e eu não acho que possa), então devemos, em termos individuais, cessar nossa participação direta na exploração animal tornando-nos veganos, e devemos, em termos sociais, promover a abolição, e não a regulamentação, da exploração animal. Argumentei, por exemplo, que nós, tendo determinado que a pedofilia é errada moralmente, não deveríamos, nem mesmo em face da presença generalizada do abuso sexual infantil em nossa sociedade, promover a pedofilia “humanitária”. Semelhantemente, não deveríamos promover a exploração animal “humanitária”. Se a exploração animal é moralmente injustificável, devemos dizer isso, e devemos dizer isso claramente. (Também argumentei que, em termos práticos, a reforma do bem-estar animal não funciona e, na realidade, é contraproducente).
Portanto, foi com considerável interesse que li sobre a reação do público à propaganda que a Amazon.com fez de um e-book, The Pedophile’s Guide to Love and Pleasure: A Child-Lover’s Code of Conduct [Guia do pedófilo para o amor e o prazer: um código de conduta do amante das crianças], que está descrito por seu autor como uma “tentativa de tornar as situações de pedofilia mais seguras para as crianças que se encontram nelas envolvidas, estabelecendo certas regras para esses adultos seguirem”. A CNN noticia:
Um e-book à venda na Amazon.com, que parece defender a pedofilia, provocou centenas de raivosos comentários de usuários, além de ameaças de boicote ao varejista on line caso ele não remova o titulo.
Cerca de 1.700 usuários que tinham comentado o título até as 9:40 da noite (no fuso ET) deploraram sua publicação e prometeram boicotar a Amazon até que ela o remova do site; o livro foi publicado pelo próprio autor. Pelo menos duas páginas foram criadas no Facebook, dedicadas a boicotar a Amazon por causa do livro.
A Amazon.com aparentemente parou de vender o livro, em consequência da indignação do público.
A reação a esse livro prova meu ponto: muito embora todos nós saibamos que a pedofilia corre solta na sociedade, e muito embora a promoção da pedofilia “humanitária” possa levar à redução do sofrimento das crianças que são vitimadas desse modo, ninguém que considere a pedofilia moralmente errada acha que deveríamos promover uma pedofilia “humanitária” ou “compassiva”.
Semelhantemente, aqueles que acreditam que a exploração animal é moralmente errada não deveriam estar fazendo campanha pela exploração “feliz” ou “compassiva”, nem promovendo rótulos ou selos de certificação de carne “feliz”. A mensagem deveria ser clara: não podemos justificar o uso de animais, por mais “humanitário” que seja o modo de usá-los. A realidade, evidentemente, é que mesmo o mais “humanitário” dos usos de animais ainda envolve o que seria considerado tortura se houvesse humanos envolvidos. Mas nenhum uso de animais, por mais “humanitário” ou “compassivo” que seja, pode ser justificado, assim como nenhuma pedofilia, por mais “humanitária” ou “compassiva” que seja, pode ser justificada.
Enquanto os defensores dos animais não reagirem contra a promoção da exploração animal “feliz” com tanta indignação quanto todos nós reagimos contra a promoção da pedofilia “feliz”, não haverá um movimento real pelos direitos animais.
Se você não for vegano(a), torne-se vegano(a). É muito fácil, melhor para a sua saúde e o planeta. E o mais importante é que é a coisa moralmente certa e justa a fazer.
Se você for vegano(a), então eduque os outros de um modo criativo e não violento.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Comentário nº 21: O livro The Animal Rights Debate, o fórum de discussão Abordagem Abolicionista e uma resposta a Nicolette Hahn Niman

Postado por Gary L. Francione em seu blog/podcast em 10 de novembro de 2010

Caros(as) colegas:
Neste Comentário, discuto três questões.
Primeiro, falo sobre meu novo livro, The Animal Rights Debate: Abolition or Regulation?, escrito em coautoria com o professor Robert Garner e publicado pela Columbia University Press.
Esse livro foca no debate em curso na comunidade da defesa animal: devemos buscar a reforma do bem-estar como um meio para o fim de alcançar os direitos animais? Eu argumento contra a reforma do bem-estar; Garner argumenta a favor.
Segundo, há duas semanas, em 26 de outubro de 2010, lançamos o fórum Abordagem Abolicionista, um espaço onde pessoas interessadas podem discutir as questões teóricas concernentes à abolição e ao veganismo, e ideias práticas para a educação vegana criativa e não violenta, assim como trocar informações sobre nutrição, comida vegana, criar crianças veganas, etc.
Até agora temos mais de 200 membros e as discussões estão ótimas. Há apenas duas regras: discurso respeitoso e civilizado, e não promover a violência.
Se você estiver interessado em aprender mais sobre a filosofia vegana e a abordagem abolicionista dos direitos animais, considere juntar-se ao Fórum.
Terceiro, apresento uma resposta a Nicolette Hahn Niman, do Niman Ranch, que vende carne “feliz” que, segundo o website, provém “de animais criados de modo humanitário em ranchos e fazendas familiares sustentáveis nos Estados Unidos”.
Em um artigo recente publicado em The Atlantic, Dogs Aren’t Dinner: The Flaws in an Argument for Veganism [Cachorros não são jantar: as falhas de um argumento pró veganismo], Ms. Niman nega que sofremos de esquizofrenia moral quando tratamos alguns animais como membros de nossas famílias mas enfiamos garfos em outros. A análise dela, em poucas palavras, é que, como questão cultural, com os cachorros nós temos uma relação diferente da relação que temos com os porcos.
É precisamente esse o problema: como questão cultural, tratamos alguns não humanos sencientes como coisas e outros como pessoas. Mas normas culturais não podem servir como justificativa para normas culturais! Se pudessem, então o racismo, o sexismo, e todos os tipos de discriminação e de violação dos direitos humanos seriam justificados.
Espero que você aprecie o Comentário.
Se você não for vegano, por que não é vegano? Não é necessário, de modo algum, para os humanos, explorar os não humanos. Então por que fazer isso? Tornar-se vegano é fácil; é melhor para a sua saúde; e, mais importante ainda, é o mínimo que você pode fazer para considerar os animais como seres com valor moral.
Se você for vegano, então eduque os outros de um modo criativo e não violento.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O fórum de discussão Abordagem Abolicionista já está aberto!

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 26 de outubro de 2010

Caros(as) colegas:
Recebi inúmeros pedidos (mais de 200 desde o lançamento do site) para abrir um fórum anexado ao site, onde as pessoas possam discutir vários aspectos da abordagem abolicionista dos direitos animais. Então, com a ajuda de Randy W. Sandberg, que desenhou e mantém este site, Adam Kochanowicz e outros, estamos lançando o Fórum Abordagem Abolicionista.
O Fórum será administrado/moderado por uma equipe de voluntários informados sobre assunto, incluindo, além de Randy e Adam, Trisha Roberts, Dan Cudahy, Mylène Ouellet, Elizabeth Collins, Angel Flinn, Paola Aldana, Timothy E. Putnam, Vera Cristofani e outros que se encontram entre os mais talentosos integrantes da geração de defensores dos direitos animais que está emergindo. Todos estão familiarizados com a teoria abolicionista e contam com minha total confiança. Os moderadores irão moderar: não tenho intenção de fazer o papel de juiz.
Quero enfatizar que o Fórum deverá ser um espaço para discussão respeitosa e civilizada. Tudo bem as pessoas discordarem e debaterem com rigor. De fato, esse é um aspecto muito importante do Fórum; o objetivo é que as pessoas desenvolvam uma melhor compreensão sobre a abolição e a filosofia vegana. Então, debate rigoroso é bom; discurso abusivo ou malcriado, não.
Além disso, como a abordagem abolicionista que desenvolvi  é contra a violência, eu pediria que ninguém no Fórum promova a violência. Se as pessoas quiserem discutir a questão da violência, eu não vejo problema, contanto que a discussão seja civilizada e respeitosa. Mas o Fórum não será usado para promover a violência.
Embora todos os moderadores sejam informados quanto à abordagem abolicionista, eles têm seus próprios pontos de vista, que talvez não estejam de acordo com os meus ou os de outros moderadores, e portanto as posições expressas por um moderador não deverão ser atribuídas a nenhum outro moderador nem a mim.
Para juntar-se ao Fórum, você precisa criar uma conta clicando o botão “Apply for Membership” aqui. Uma vez que a conta seja aprovada, pedimos para você postar uma introdução bem pensada sobre si mesmo, e depois disso você terá acesso ao Fórum inteiro.
Espero que você use o Fórum para aprender sobre a abolição e a filosofia vegana, esclareça as dúvidas que tiver, compartilhe seus insights e ensine a outras pessoas e, como uma questão geral, conecte-se com outros interessados em trocar o paradigma, mudando-o dos animais como propriedade em direção aos animais como pessoas não humanas.
Se você não for vegano(a), torne-se vegano(a). É muito fácil, melhor para a sua saúde e o planeta. E o mais importante de tudo é que é a coisa moralmente certa e justa a fazer.
Se você for vegano(a), então eduque os outros de um modo criativo e não violento.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda