segunda-feira, 16 de julho de 2012

Animais atropelados na estrada, ovos abandonados, comida encontrada no lixo

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 14 de julho de 2012

Perguntam-me com frequência se é “vegano” comer animais que morreram atropelados na estrada, ovos abandonados por galinhas que mantemos como companheiras ou produtos animais encontrados no lixo.
A resposta curta é: não.
A explicação: Embora essas atividades não contribuam diretamente para a demanda por produtos animais, elas são profundamente problemáticas enquanto uma questão simbólica. Elas reforçam a ideia de que os produtos animais são coisas para se consumir; reforçam a ideia de que os animais são objetos, são recursos dos humanos; reforçam a prática social do consumo de animais; reforçam a demanda, mesmo sem contribuir diretamente para ela.
Mas e se ninguém vir você fazendo essas coisas? Nesse caso, você não está se ocupando de nenhuma atividade que simbolize alguma coisa para alguém porque ninguém está observando isso nem sabe disso. Você não está reforçando a demanda.
Mas você está observando; você sabe disso. Você está participando do ato de consumir animais, um ritual que não tem nenhum significado, exceto a celebração especista de que os animais são coisas para ser exploradas.
Ser vegano significa que você rejeita a noção de que os animais são coisas para consumirmos. Os animais não são mercadorias; eles não são recursos.
Eles não são comida, não mais do que um braço humano que você encontra no lixo.
Nunca pensaríamos em comer um humano. Os humanos são pessoas morais. Não comemos pessoas. Mas os animais não humanos também são pessoas. Eles têm valor moral. Seus corpos e os produtos feitos com eles não são coisas que comemos, mesmo se encontrarmos esses animais mortos na estrada ou no lixo, ou mesmo se eles abandonarem seus ovos.
*****
Se você não for vegano(a), por favor torne-se vegano(a). Veganismo é não violência. Sobretudo, é não cometer violência contra os outros seres sencientes. Mas também é não cometer violência contra a Terra e contra si mesmo.
Gary L. Francione
Professor, Rutgers University
© 2012 Gary L. Francione
Tradução: Regina Rheda