Perguntam-me com frequência se é “vegano” comer animais que morreram atropelados na
estrada, ovos abandonados por galinhas que mantemos como companheiras ou produtos
animais encontrados no lixo.
A resposta curta é: não.
A explicação: Embora essas atividades não contribuam diretamente para a demanda
por produtos animais, elas são profundamente problemáticas enquanto uma questão
simbólica. Elas reforçam a ideia de
que os produtos animais são coisas para se consumir; reforçam a ideia de que os
animais são objetos, são recursos dos humanos; reforçam a prática social do
consumo de animais; reforçam a demanda, mesmo sem contribuir diretamente para
ela.
Mas e se ninguém vir você fazendo essas coisas? Nesse caso, você não está
se ocupando de nenhuma atividade que simbolize alguma coisa para alguém porque
ninguém está observando isso nem sabe disso. Você não está reforçando a
demanda.
Mas você está observando; você sabe disso. Você está participando
do ato de consumir animais, um ritual que não tem nenhum significado, exceto a celebração especista de que os animais
são coisas para ser exploradas.
Ser vegano significa que você rejeita a noção de que os animais são
coisas para consumirmos. Os animais não são mercadorias; eles não são recursos.
Eles não são comida, não mais do que um braço humano que você encontra
no lixo.
Nunca pensaríamos em comer um humano. Os humanos são pessoas morais. Não
comemos pessoas. Mas os animais não humanos também são pessoas. Eles têm valor
moral. Seus corpos e os produtos feitos com eles não são coisas que comemos,
mesmo se encontrarmos esses animais mortos na estrada ou no lixo, ou mesmo se
eles abandonarem seus ovos.
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Se você não for vegano(a), por favor torne-se vegano(a). Veganismo é não
violência. Sobretudo, é não cometer violência contra os outros seres sencientes.
Mas também é não cometer violência contra a Terra e contra si mesmo.
Gary L. Francione
Professor, Rutgers University
© 2012 Gary L. Francione
Tradução: Regina Rheda