sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Não, o veganismo ético não é extremista

Postado por Gary L. Francione em seu blog em 22 de dezembro de 2010

Caros(as) colegas:
Não há nada de extremista no veganismo ético.
O que é extremista é comer carne em decomposição e secreções de animais.
Extremista é que consideramos alguns animais membros da nossa família, enquanto enfiamos garfos nos cadáveres de outros animais.
Extremista é pensar que é moralmente aceitável infligir sofrimento e morte a outras criaturas sencientes simplesmente porque apreciamos o sabor dos produtos animais ou porque gostamos da aparência das roupas feitas a partir de animais.
Extremista é que dizemos reconhecer que o sofrimento e a morte “desnecessários” não podem ser justificados moralmente e daí participamos diariamente da exploração completamente desnecessária dos animais.
Extremista é fingir abraçar a paz enquanto fazemos da violência, do sofrimento e da tortura uma parte diária das nossas vidas.
Extremista é que censuramos gente como Sarah Palin, Michael Vick e Mary Bale como sendo os vilões, enquanto continuamos comendo, usando ou consumindo produtos animais.
Extremista é que dizemos nos importar com os animais e acreditar que eles são membros da comunidade moral, mas patrocinamos, apoiamos, incentivamos e promovemos os esquemas de selo e rotulagem de carnes e laticínios “felizes”. (Vejam 1, 2, 3, 4).
Extremista é não comer carnes mas continuar consumindo laticínios, quando não há absolutamente nenhuma distinção racional entre a carne e o laticínio (ou outros produtos animais). Há tanto sofrimento e morte nos laticínios, ovos, etc. quanto na carne.
Extremista é que temos uma dieta que está causando doenças e resultando em desastre ecológico.
Extremista é que encorajamos nossas crianças a amarem os animais, ao mesmo tempo em que lhes ensinamos que aqueles que elas amam também podem ser aqueles que elas prejudicam. Ensinamos a nossas crianças que amar é consistente com tratar como mercadoria. Isso é verdadeiramente extremista — e muito triste.
Extremista é a fantasia de que encontraremos nosso compasso moral com respeito aos animais enquanto eles estiverem em nossos pratos e nossas mesas, ou sobre nossos corpos e em nossos pés.
Não, o veganismo ético não é extremista. Mas há muitas outras coisas, para as quais nem prestamos atenção, que são extremistas.
Se você não for vegano(a), torne-se vegano(a). É fácil; é melhor para a sua saúde e o planeta. Mas o mais importante é que é a coisa moralmente certa a fazer.
Gary L. Francione
© 2010 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda