Caros(as) colegas:
Há muitos anos que venho argumentando que os grupos grandes de proteção animal são, em sua maioria, parceiros dos exploradores institucionais e são, com efeito, braços lobistas da indústria alimentícia. Eles não desafiam o uso de animais; na realidade, eles apoiam ativamente o uso institucionalizado de animais e alegam que as questões que importam são apenas as do bem-estar ou tratamento. Eles promovem o que, em grande parte, são mudanças insignificantes, muitas das quais de fato aumentam a eficiência da produção, e muitas das quais nunca são implementadas ou têm datas para ser implementadas num futuro distante. Eles promovem programas de selos e rotulagem de exploração “feliz” em que produtos animais “aprovados” são vendidos com a aparente bênção da comunidade defensora dos animais. Tenho argumentado que as reformas do bem-estar (se é que elas podem ser chamadas de “reformas”, em vez de mudanças que promovem a eficiência) fazem o público se sentir bem quanto a continuar explorando os animais não humanos.
Minhas opiniões têm atraído muitas críticas severas por parte dos defensores do bem-estar animal.
Portanto, é com grande felicidade que lhes reporto que Wayne Pacelle, executivo chefe da Humane Society of the United States, concorda comigo.
Aparecendo diante do Ohio Livestock Standards Board, que ganhou o apoio da HSUS após concordar em abolir as celas de gestação depois de 2025 (Adeus, “ajudar os animais aqui e agora”...), Pacelle elogiou a criação de animais para consumo:
“Eu realmente acredito que a criação de animais para consumo é uma tradição profundamente nobre”, disse ele. “Ela tem muitos aspectos ótimos, mas nós também precisamos incluir o bem-estar animal na equação”.
Pacelle chama a criação de animais para consumo de uma “tradição nobre” com “muitos aspectos ótimos”. Nós só precisamos incluir “o bem-estar animal na equação”. Aí está. O problema não é o uso, em si, de animais; o problema é o tratamento, e a reforma bem-estarista, como a eliminação das celas de gestação depois de 2025, é a solução.
Ele também disse que as reformas bem-estaristas apoiadas pelo Board:
tornarão a criação de animais em Ohio “mais honrosa, defensável e pertinente para o consumidor.
Sim, de fato tornarão. É exatamente isso que venho dizendo há mais de duas décadas, e estou contente por Wayne Pacelle concordar comigo.
Se vocês não forem veganos(as), tornem-se veganos(as). É fácil; é melhor para a sua saúde e o planeta. Mas o mais importante é que é a coisa moralmente certa a fazer. Vocês nunca farão nada tão fácil e tão gratificante em suas vidas.
Gary L. Francione
© 2011 Gary L. Francione
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Tradução: Regina Rheda